A realidade bate a porta

Com a chegada dos dias frios e mais escuros, fica um pouco mais difícil manter o sorriso no rosto...

Como o sol nos faz falta... mas não apenas isso; esse ano, em que mudei minha residência para a Holanda de fato, não tenho mais tantas amigas por perto, e nem os amigos do Brasil ou minha família, já que todos estão a milhas de distância.

A solidão bate a porta de uma forma que pode ser devastadora caso você não tenha pessoas que formam uma boa estrutura ao seu redor neste momento.

Por isso sou muito grata por ter um ser humano tão iluminado ao meu lado, com quem eu hoje divido o mesmo teto, tristezas e alegrias do cotidiano. É ele quem sempre está lá por mim pra enxugar minhas lágrimas e eu por ele. Sem contar que as novas amizades por aqui são em sua maioria as pessoas que ficam e que se encontram na mesma situação que você também, e por dividir essas experiências, a gente acaba criando elos muito especiais e que sempre que possível nos serve de companhia, para um café no meio da tarde ou uma cervejinha quando tem um dia de céu azul em um restaurante... e de preferência uma mesa que seja ao ar livre pra sentar no sol, que é uma coisa bem holandesa, mas que vira também nosso costume por aqui.

Sempre que me vejo um pouco mais cabisbaixa, procuro conversar com minhas amigas e até mesmo telefonar pra casa no Brasil. Falar sua própria língua pode deixar seu dia um pouco mais alegre, além de matar um pouco das saudades!

Esses dias até coloquei o jornal da globo pra escutar enquanto fazia o jantar... me lembrou os tempos em que estava em casa... e que confuso dizer sobre quando estava em casa, se agora também me encontro em casa.

Vida de expat é assim mesmo, sempre divida. Um coração que se encontra em duas partes do mundo. Com dias mais fáceis, outros mais difíceis, mas no final sempre nos ensinando e fortificando.

E o mais legal de tudo isso é saber que independente de onde você vá desta vez, você irá com a certeza de que sempre retornará para o seu lar.

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